I
As horas, minha sombra
sempre diz com precisão.
Mas ouvidos só lhe dou
quando a piso por inteiro:
ao meio-dia em ponto.
sempre diz com precisão.
Mas ouvidos só lhe dou
quando a piso por inteiro:
ao meio-dia em ponto.
II
Sombra de mim, és sobra
do outro que sempre sou
a cada passo que dou
no que de mim sossobra.
do outro que sempre sou
a cada passo que dou
no que de mim sossobra.
III
Fotografam-me de pé
e revelam-me no chão.
Enquadram-me sentado,
na foto eis-me no chão.
Deitado, sim, é que surjo
lógico, na horizontal,
embora justo embaixo
de mim que lá não estou.
Mas no espelho, a sós
comigo, sou onde estou,
ainda que seja ainda
minha maldita sombra
que no aço se estampa.
Somente em radiografias
saio sempre bem: revela-se
o exterior do meu próprio
eu, livre dessa sombria
víscera que me persegue.
.
Adoro este jogo de alteridade apresentada pelo eu-liro quando narra seus eus.
ResponderExcluirWilden, meu querido!
ResponderExcluirNossa, coisa mais linda isso...
E ó: Somente em radiografias, saio bem!
Um beijo pra ti!!!
PS: Você sabe se o Tuca, o Teopha estão vivos?
Sumiram hehehe!
Esqueleto assombrado. Gosto dos avessos!
ResponderExcluirViajo nas tuas escrivinhações
Bjão, Wil e semana bem bacana
Beleza, grande Wil!
ResponderExcluirAbração
Eu me livrei da minha faz tempo. É fácil. Você pega um martelo e espera dar meio-dia. Então, quando sua sombra botar o focinho de fora, porrada nela! Beijos
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