O sonhador não acredita
que a noite desagüe no dia
e se apague e apague os sonhos.
O sonhador é senhor do tempo
enquanto o tempo permite
que seus sonhos sejam infinitos.
O sonhador só experimenta
parar de sonhar quando
do alto ecoa o choro da Suidara.
É lá, no oco dos telhados,
que a finitude do sonhar
é tecida em lágrimas pela não-deusa,
a criadora de tudo em nada,
a artífice da vida maior que
só pode ser vivida nos sonhos.
.