Antônio Rebouças Falcão*
Sempre beber o vinho do copo vazio.
E observe as marés do mar ausente.
Sempre contemplar a lua no asfalto noturno.
E fume o silêncio das vozes distantes.
Sempre tomar do acaso o que ele não nos pode negar.
E goze a sombra que não se dá a ver.
Sempre abraçar a alma calada em desesperança.
E esteja em companhia da solidão mais constante.
Nunca costurar sua morte a quatro mãos.
Deixe com ela o que dela é.
\ô/
*O poeta atende no Dilema Paulistano. A ilustração é um detalhe do cabeçalho do blog, desenhado pelo próprio Antônio Falcão.