Corujas e morcegos

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ninguém


 
Seu Juca Sem Fio

O coração apagava cada verdade que vinha do mundo
porque as mãos colhiam sementes chocas para plantar estrelas.

Elefantes, carregava-os nas costas até virarem borboletas,
para oferecer aos pés lonjuras caudalosas de incertezas.

Do sexo, pendiam fieiras de risos, clarins e atabaques,
em desacato ao silêncio de morte que ao gozo sucedia.

Os olhos liam de trás para frente todas as palavras,
e eis que todos os sentidos chegavam sempre ao princípio.

O fim, a boca nunca o pronunciou nem haveria de provar:
esse lá merecia crédito com parte alguma de um ninguém?
.