Corujas e morcegos

terça-feira, 12 de abril de 2011

Volte


. . . . . Volte

. . . . . Não precisa mais temer a minha liturgia de picadeiro:
. . . . . o meu desprendimento em virar capacho ou cometas
. . . . . e meus silêncios colorais colhidos no sono da passarada

. . . . . Volte

. . . . . Não mais serei o homem dos sete instrumentos e um receio
. . . . . (que renega os sete e ainda toda possibilidade do impossível)
. . . . . nem mais o malabarista de mal-amares dos malas de bares

. . . . . Volte

. . . . . E entregarei a Deus toda a culpa do menino que prevaricava
. . . . . durante a missa levantando até o sexo a fantasia das santas
. . . . . e ao Diabo a memória dos doces pecados por elas prometidos

. . . . . Volte

. . . . . Pois serei somente a sede de água tépida que só sacia em seus
. . . . . mares bipolares tropicalizados por meus mergulhos de cabeça
. . . . . tronco e membros d’alma em brasa para sempre desde que você

. . . . . Volte