Corujas e morcegos

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Educação artística



Antônio Rebouças Falcão*

Sempre beber o vinho do copo vazio.
E observe as marés do mar ausente.
Sempre contemplar a lua no asfalto noturno.
E fume o silêncio das vozes distantes.
Sempre tomar do acaso o que ele não nos pode negar.
E goze a sombra que não se dá a ver.
Sempre abraçar a alma calada em desesperança.
E esteja em companhia da solidão mais constante.

Nunca costurar sua morte a quatro mãos.
Deixe com ela o que dela é.

\ô/

*O poeta atende no Dilema Paulistano. A ilustração é um detalhe do cabeçalho do blog, desenhado pelo próprio Antônio Falcão.


6 comentários:

  1. Um poema belíssimo.

    Vamo combinar que o que não falta é blog de poemas, só que são poucos os que conseguem marcar.

    Abraços!

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  2. Gostei muito desses versos bem compostos e do blog inteiro. Abraços.

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  3. Que bons versos e desenho tb... ah e o título deste post. "Companhia da solidão mais constante", acompanhar-se da solidão é um paradoxismo muito bom!

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  4. Gostei do vôo desse falcão!
    Bj e linda semana, Wil

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  5. Excelente o vinho desse copo nada vazio!
    E obrigada por me deixar conhecer o trabalho de Antônio Falcão!

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  6. Wild...fui lá...

    coronhadas na fleuma da coisa! Um coisar e tanto, rapá, que nem os seus!
    Beijos nos conglomerados e veranicos do rostinho.

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