Corujas e morcegos

sexta-feira, 29 de abril de 2011

tanto tantos



da sombra

(de nossos tantos corpos sempre um só) deitada
por tanta luz de tardes, noites e manhãs

ao medo

de que a mim tu me afogasses de tanta sede
do quanto tantas vezes em ti eu virei mar

de sangue

que azul verteste a cada mês por tantas luas
com tanto filho teu a que neguei o sol e dei

a-deus

(silenciado em tantos cantos que não cantávamos)
a cantar por si com tanta voz de silêncio

de beijo

nunca entanto tantos até beijar-se um único:
o que deixaste em mim p’ra ser a minha boca


5 comentários:

  1. E um poeta há de precisar da boca?
    Que o poeta tenha pena
    para escrever mais poema...

    Assim.

    bj
    Rossana

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  2. A língua do céu na boca do inferno, Wilden. Ou será o contrário?

    Abraço

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  3. O erotismo e a sensualidade da língua, da linguagem. Corpos e palavras se fundem na confusão do amor. Assim o poeta revela a febre da linguagem amorosa e os desatinos dos apaixonados. belo poema, sim! Beijos!

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  4. Que amor profundo e fecundo! Todavia mordaz!Nele se afoga sedento e vira sofrimento...
    Poesia para apenas ler e se deliciar.
    Abraços

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  5. Wilden, ultimamente você tem estado romântico.

    Será AMOR?

    Beijoooo!

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