Corujas e morcegos

terça-feira, 12 de abril de 2011

Volte


. . . . . Volte

. . . . . Não precisa mais temer a minha liturgia de picadeiro:
. . . . . o meu desprendimento em virar capacho ou cometas
. . . . . e meus silêncios colorais colhidos no sono da passarada

. . . . . Volte

. . . . . Não mais serei o homem dos sete instrumentos e um receio
. . . . . (que renega os sete e ainda toda possibilidade do impossível)
. . . . . nem mais o malabarista de mal-amares dos malas de bares

. . . . . Volte

. . . . . E entregarei a Deus toda a culpa do menino que prevaricava
. . . . . durante a missa levantando até o sexo a fantasia das santas
. . . . . e ao Diabo a memória dos doces pecados por elas prometidos

. . . . . Volte

. . . . . Pois serei somente a sede de água tépida que só sacia em seus
. . . . . mares bipolares tropicalizados por meus mergulhos de cabeça
. . . . . tronco e membros d’alma em brasa para sempre desde que você

. . . . . Volte

15 comentários:

  1. tu sabes, né meu camarada
    que tu és um poeta
    do caramba
    ou carambola


    a missa e o ato em si
    não é mais puro
    que a mente
    de um pequenino
    diabinho.

    afinal, são os pensamentos
    que movem e trazem de volta
    a Poesia.

    forte abraço,
    wilden.

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  2. Lindo demais, meu querido Wilden!
    Argumentos irrefutáveis!
    Tenho certeza absoluta de que voltará...
    Só não voltaria quem fosse louco, insensível à excelente poesia...
    Bravo!
    Abraço repleto de gratidão pela estimulante visita.

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  3. home, com uns pedidos desses não tem donzela raiada nesse mundão de meu deus que não arrevire os zóio, credo em cruz que repente retado


    abraço visse

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  4. Homem de mil Faces! Vejo no seu discurso poético a negação do macho e a afirmação do amante. O amante não impõe machezas; suas coisas de homem são diluídas na poesia e no pedido de volta. Dar o braço a torcer, confessar que a deseja. E talvez o mais grave para um homem: prometer não ser malabarista dos malas dos bares! Nossa senhora! Assim, até mesmo a nossa Rosita deixaria suas esperas e iria embora com essa sua persona. Nem Chico prometeria tanto! beijos, Poeta!

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  5. Essa sua linguagem me desafia. Gosto mt!
    Bjs

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  6. volto. porque o pudor é o artifício dos fracos e dos incapazes.
    de arrancar a pele sem trivializar a nudez.
    abraço!

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  7. O que mais me impressiona neste poema é a acelaração, Wil. A cadência intensa, o fluxo verborrágico, que eclode já na primeira estrofe e vai disparando a rédeas soltas, até atingir o turbilhão vertiginoso na estrofe final.

    Mais um ou dois versos nessa sofreguidão crescente e você teria leitores (eu, pelo menos) vitimados por crise aguda de falta de ar!

    Abração

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  8. Manda a criançada pra casa da vó... Muda a roupa de cama... Pode se perfumar... Porque eu to voltando...

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  9. Com 10% de tudo isso e eu já estou voltando...

    Belíssimo!

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  10. Não entendo nada de poesias,mas gosto da tua.Desculpe minha ignorância sobre tal assunto,e não comentar a altura.
    Bom fds,Bjka

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  11. Es una pena no comprender plenamente el poema, pero quiero felicitarte por ello
    Un abrazo
    Stella

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  12. hunmmm...
    Ia escrever umas coisas, mas o poema me calou...
    Bejo
    Peinha
    PS: Volte;)

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  13. Ânsias que atiçam os mais im-prováveis sentires, Wilden... O que versejas, me entorpece.

    Um abraço carinhoso de boas vindas!

    A paz esteja contigo

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  14. Se fosse EU, eu bem que voltava.

    Um beijo Wilden!

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  15. bons argumentos.... que confundiriam a cabeça de qualquer mulher....

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