Corujas e morcegos

sábado, 21 de janeiro de 2012

De bicicleta

 
Enquanto tu descias ruas
e avenidas sem horizontes
para mim, como tanto beco
que lhe trouxe meu caminhar,

não pude ver a bicicleta
em que seguias, soberana,
como num trono pedalável
ante o qual eu só existisse

de joelhos, de mãos e de cara
no chão que tentei ser na vida
por ti criada para seguirmos
até muito além do horizonte.

E nenhuma vez pedalaste
pelos caminhos que aprendi,
a me negar que rumo fosse
qualquer rumo já conhecido.

7 comentários:

  1. De bicicleta? mais um gol absurdo!
    Saudade daqui, com bjs

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  2. Seus poemas são sempre fortes e surpreendentes.
    Abraço

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  3. Adoro os constrastes que você faz entre as imagens do poemas e a imagem com que os ilustra!

    Bjs

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  4. a cena me lembrou um filme francês ou italiano em que uma donzela inopinadamente fluía sobre cilindro e duas rodas para muito além dos meus olhos,


    abraço

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  5. TR~es dias desconectada, longe das máquinas, e só agora te leio. E olha só:

    E nenhuma vez pedalaste
    pelos caminhos que aprendi,
    a me negar que rumo fosse
    qualquer rumo já conhecido.


    Nooooosaaaa! Acho que todo mundo sabe que Wilden está entre os poetas que amo ler na blogosfera. Mas vê se não demora de postar, que eu estou sempre à procura da palavra, da expressão que traduza meu intraduzível, e tu faz isso.

    Beijos,

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  6. Senhor Barreiro, giram tão rápidas as outras rodas que ou agitamos os olhos ou as perdemos rs
    Beijoss

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  7. Que bonito...poema tão rico em imagens!
    Bjo!

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