Corujas e morcegos

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Alma Van Gogh



Meus olhos, mais que as unhas,
precisam ser aparados regularmente,
porque o defunto que um dia serei
costuma tomar como suas
paisagens minhas que deixo,
levado pela emoção,
transbordar da vida.

Me faço vermes, então,
e devoro esse corpo inerte
que – junto com o meu próprio ­–
ladeiam-me a alma como orelhas.

Que ele exista desde já, se lhe apraz,
mas só por breves momentos:
enquanto vida houver,
minha alma será Van Gogh.

5 comentários:

  1. Olá..Parabéns pelo poema..

    Alma Van Gogh.....Forte seu poema!!

    bj

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  2. Você também é um poeta inquietante...E vicia.
    Beijos,

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  3. Poema amarelo intenso como os girassóis alaranjados. Mas também com a sombra dos comedores de batata. Beijos!

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  4. A Tania tem razão, a sua poesia é sempre inquietante, e viciante. Bjs

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