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. . . . . . . . . . . . . . . . . Na carne, no osso. . . . . . . . . . . . . . . . . A dor vai penetrando
. . . . . . . . . . . . . . . . . Quem sentirá, tanto como eu, minha agonia?
. . . . . . . . . . . . . . . . . Delírio de velha
. . . . . . . . . . . . . . . . . Visão ou lembrança
. . . . . . . . . . . . . . . . . Ah, como fui jovem
. . . . . . . . . . . . . . . . . E amei demais a vida.
. . . . . . . . . . . . . . . . . Estou sozinha na cama fria
. . . . . . . . . . . . . . . . . Meu corpo arde na lenta espera
. . . . . . . . . . . . . . . . . Estou sozinha na cama, na vida
. . . . . . . . . . . . . . . . . Estou sozinha diante da morte.
. . . . . . . . . . . . . . . . . É o medo, é o frio
. . . . . . . . . . . . . . . . . Nas juntas, nos nervos
. . . . . . . . . . . . . . . . . Quem me dará forças
. . . . . . . . . . . . . . . . . Para ver o fim de tudo?
. . . . . . . . . . . . . . . . . Meu corpo arde na lenta espera
. . . . . . . . . . . . . . . . . Estou sozinha na cama, na vida
. . . . . . . . . . . . . . . . . Estou sozinha diante da morte.
. . . . . . . . . . . . . . . . . É o medo, é o frio
. . . . . . . . . . . . . . . . . Nas juntas, nos nervos
. . . . . . . . . . . . . . . . . Quem me dará forças
. . . . . . . . . . . . . . . . . Para ver o fim de tudo?
. . . . . . . . . . . . . . . . . Eu tenho fé no mundo e nos homens
. . . . . . . . . . . . . . . . . Eu tenho fé nesta louca aventura
. . . . . . . . . . . . . . . . . Eu quero sim este ar que me falta
. . . . . . . . . . . . . . . . . Eu quero sim respirar boca a boca, amar.
. . . . . . . . . . . . . . . . . Eu tenho fé nesta louca aventura
. . . . . . . . . . . . . . . . . Eu quero sim este ar que me falta
. . . . . . . . . . . . . . . . . Eu quero sim respirar boca a boca, amar.
. . . . . . . . . . . . . . . . . Nas juntas, nos nervos
. . . . . . . . . . . . . . . . . Quem te dará forças
. . . . . . . . . . . . . . . . . Para ver o fim de tudo?
. . . . . . . . . . . . . . . . . Quem te dará forças
. . . . . . . . . . . . . . . . . Para ver o fim de tudo?
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Esta canção, umas das mais belas e certamente a mais sombria da dupla Milton Nascimento/ Fernando Brant, não ‘tocou no rádio’. Milton a incluiu no disco Maria Maria/ Último trem (1975), mas não a ‘trabalhou’ nem em shows. No ano seguinte, Nana Caymmi registrou sua versão – imbatível, antológica! - no LP Renascer.
A música é tão boa, tão sofisticada (com Brant em estado de graça demoníaca!) que, claro, não se encontra no Youtube. Achei a letra em diversos sites, mas não a gravação. Em alguns, acompanha a letra um vídeo em que Nana canta 'Cala a boca menino'. Então... cala a boca, menino(a), e tenta ouvir por aí, de preferência na voz de Nana, a velha ainda a gemer de tesão pela vida na hora da morte!
(A foto – em cores invertidas – é da escultura ‘O Beijo da Morte’, instalada em 1930 numa sepultura do Cemitério de Barcelona.)
Eu ouvi Boca a boca uma vez, na casa de um primo que coleciona discos de vinil. Cantada pela Nana. Fiquei arrepiada, Wil. Assim, lendo como poema, não se pode sentir a força da letra do Fernando Brant.
ResponderExcluirBeijos
PS: Renascer foi relançado em CD alguns anos depois do vinil. Hoje, ambos são raridades. Mas dá pra baixá-los, um amigo meu fez isso, só não me pergunte de onde.
Oi Elza, eu também corri atrás dessa gravação por muito tempo. A música e letra são demais e o Milton encontrou a voz certa de Nana Caymmi. É de dar calafrios! Consegui baixá-la no site www.vagalume.com.br LP Renascer Nana. É só clicar em ouvir. Lígia Agostini Monteiro
ExcluirEm muitos e muitas há de doer o amor não vivido ou perdido, morto no nascedouro. Há de doer o desejo jamais saciado, apenas sonhado, delirado nos lençóis.
ResponderExcluirUm abraço,
Suzana/LILY
Wilden, obrigada pelo passeio pelo blog.. espero que gostes de todo o resto e aprecie o desenrolar de minha história! Grata, mais uma vez! Beijo
ResponderExcluirDesculpe-me algum erro de concordância ou ortografia no primeiro cometário, pois, agora, quem cabeceia com um tantinho de sono sou eu! ^^
ResponderExcluirBeleza magnifica e terrível...tanto a letra da canção como a imagem!
ResponderExcluirBeijos!
Gostei. Voltarei!
ResponderExcluirBela imagem da mulher no leito. É tão incomum esse pensamento do desejo na velhice e deve ser tão maravilohoso sentir as falamas do corpo durante a vida inteira. Dá um sentido de estar vivo, viva, sempre. A imagem é belíssima!A morte e o beijo desconstroem a imagem trágica e terrível daquela Indesejada. Não conheço a melodia. Procurarei.
ResponderExcluirA música é uma porrada, Wilden. Ou várias. O final é, literalmente, um direto no queixo. E isso dá pra sacar (e sentir o golpe) quando, depois do auge da música em...
ResponderExcluirEu tenho fé no mundo e nos homens
Eu tenho fé nesta louca aventura
Eu quero sim este ar que me falta
Eu quero sim respirar boca a boca, amar.
...a pergunta que a velha se faz anteriormente é, como você enfatizou grifando o "te", refeita para quem a ouve:
Nas juntas, nos nervos
Quem TE dará forças
Para ver o fim de tudo?
Fernando Brant é genial!
Abraços
uma letra marcante numa voz inesquecível... isso é maldade!
ResponderExcluirbeijo, wil.
(deu água na boca, nunca ouvi mas senti)
Forte. Eros e Thanátos reunidos. Aliás, a escultura parece uma versão ao contrário da "Eros e Psiquê" de Bernini.
ResponderExcluirUé, mas como assim não dá pra sentir a força da letra enquanto poema? Será que é por isso que alguns acham que letra de música não é poesia? Rs.
Abraço.
Quando a escutei pela primeira vez eu não acreditava no que estava ouvindo.
ResponderExcluirEu tinha uma gravação (ainda em cassete) e a perdi. Procuro há anos e não consigo achar.
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