. . . . . . . . . . . . meus pés descalços
. . . . . . . . . . . . já não rejeitam a lama frígida
. . . . . . . . . . . . que os enrugará cada dia mais
. . . . . . . . . . . . nem as pedras que os esfolarão
. . . . . . . . . . . . até que deles nada mais reste
. . . . . . . . . . . . no asfalto ardente que fritará suas almas (
. . . . . . . . . . . . sim, há pés com alma)
. . . . . . . . . . . . meus pés descalços apenas sonham
. . . . . . . . . . . . me sonhar de cabeça para baixo –
. . . . . . . . . . . . eles nas nuvens, altíssimas nuvens –
. . . . . . . . . . . . calçando sapatos que os ventos
. . . . . . . . . . . . para espantar a solidão tricotaram
. . . . . . . . . . . . com penas perdidas pelas aves migratórias,
. . . . . . . . . . . . generosas, distraídas, desapegadas
. . . . . . . . . . . . de toda dor que ficou para trás, bem para trás
. . . . . . . . . . . . de cada mínima pluma que um dia
. . . . . . . . . . . . haverá de passar, empassarada
. . . . . . . . . . . . no compasso compassivo dos passos
. . . . . . . . . . . . de meus pés, meros passageiros, alvos de leveza
. . . . . . . . . . . . pássaros para sempre
. . . . . . . . . . . . a teus pés, esses teus pés
. . . . . . . . . . . . caminhantes de aerovias no azul
. . . . . . . . . . . . infinito enquanto voas a meu lado
.
bela caminhada!
ResponderExcluir"...haverá de passar, empassarada
ResponderExcluirno compasso compassivo dos passos..."
Belíssima aliteração, Wil!
Saudade de te ler, cara. Vê se não nos impõe tanto inverno prolongado!
Abração
Viver é uma viagem por via das dúvidas. ( do livro Desaforismos de Georges Najjar Jr )
ResponderExcluirLi, reli por puro prazer...e um contentamento cúmplice ao ouvir que pés tem alma!
ResponderExcluirSempre bom, Wilden!
Beijos
só a beleza disso não passará!
ResponderExcluirOlá lindo seu blog!Obrigada pela sua visita beijos.
ResponderExcluirE por falar em saudade, onde anda você? Sentindo falta de te ler você.
ResponderExcluirBeijos,
Excellent !
ResponderExcluirRoger
"com penas perdidas pelas aves migratórias,
ResponderExcluir. . . . . . . . . . . . generosas, distraídas, desapegadas"
Uau, nhô Barreiro!!!!
Beijão e bão Domingo!
Olá Wilden Barreiro!
ResponderExcluirVim conhecer o seu blog, parabéns pelo lindo trabalho!
É uma honra para mim tê-lo como seguidor do meu blog, esteja à vontade para interagir nos posts!
Um grande abraço!
Li Barbosa
www.autoralibarbosa.blogspot.com
poema para tirar os pés do chão!
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